Surpreendentemente, a vacina brasileira da UFMG para tratar o vício em cocaína e crack foi indicada ao Prêmio Euro na categoria Inovação em Saúde. O projeto inovador, desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de modo que já concluiu etapas pré-clínicas comprovando sua segurança e eficácia no tratamento da dependência.

Exemplificando, o medicamento induz o sistema imunológico a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea, transformando-a em uma molécula grande e impedindo-a de atravessar a barreira encefálica. Por isso, o objetivo é evitar recaídas e proporcionar aos pacientes em tratamento contra a dependência um maior período para reconstruir suas vidas sem drogas.

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Foto: Ilustração Pixabay

“A vacina impediu a ação da droga sobre a placenta e o feto. Observamos menos complicações obstétricas, maior número e peso de filhotes do que as não vacinadas”, comentou o professor.

Os resultados positivos obtidos até o momento tornam a vacina promissora, uma vez que ainda não existem tratamentos registrados para essa forma de dependência. O próximo passo é realizar testes em humanos, para o qual os pesquisadores buscam recursos adicionais.

Desse modo, a indicação ao Prêmio Euro de Inovação e Tecnologia destaca o potencial inovador da vacina brasileira no campo da saúde. Os votos para o prêmio são restritos a médicos com registro ativo em países da América Latina.

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Equipe que trabalha no desenvolvimento da vacina espera que o Prêmio Euro atraia recursos financeiros para o projeto. Foto: Reprodução/Frederico Garcia (UFMG).

Resultados positivos animadores

Este medicamento é considerado promissor e inovador, uma vez que não há registros de tratamentos desta natureza. Principalmente em agências reguladoras para este tipo de dependência química.

Conforme relatos da equipe de pesquisadores, os resultados obtidos foram animadores:

O crack e a cocaína são consumidos por mais de 18 milhões de pessoas no mundo, segundo Escritório da ONU para Drogas e Crimes. Desse total, pelo menos 25% se tornam dependentes.

O Brasil é o segundo maior consumidor, atrás apenas dos Estados Unidos.

Com informações: UFMG