Por: Equipe Revista Saber Viver Mais

“Figuras paternas frágeis e mãe permissivas transformam os filhos em parafusos de geléia.”

O parafuso de geléia é comumente encontrado nesta seqüência: avós autoritários, pais permissivos antiautoritarismo), netos sem limites (parafusos de geléia).

Quando foram pais, os avós mostraram-se muito autoritários tendo sido mais adestradores
de crianças que educadores.

Bastava o pai olhar, o filho tinha de obedecer, do contrário os pais abusavam da paciência curta, da voz grossa e da mão pesada. Não tinham conhecimento da adolescência.

Adolescente com vontade própria era sinônimo de desobediência. Não reconheciam a possibilidade de o filho pensar diferente: “Eu sei o que é bom para o meu filho e ele tem que aceitar”, “Filho não tem vontade, não tem querer’

Eram onipotentes e abusavam da lei animal do mais forte.

Os filhos desses pais se revoltaram contra o autoritarismo. Sofreram tanto com esse método de educação que resolveram dispensá-lo ao se tornar pais. Então trataram de negá-lo fazendo o contrário. Assim, tornaram-se extremamente permissivos. A permissividade é a outra face do autoritarismo rega da a ocasionais crises autoritárias.

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Não consiste num novo caminho educativo. O pai permissivo deixa, deixa, até um ponto
em que não agüenta mais e dá um grito: chega!’ De repente, manifesta um comportamento que não condiz em nada com a permissividade. É a perda de referência educativa.

Os filhos desses pais, portanto os netos dos avós autoritários, tornam-se onipotentes com
pés de barro: para eles tudo pode, mas não suportam nenhuma frustração. Sentem-se fortes mas são parafusos de geléia, isto é, não suportam os “apertões” que a vida naturalmente dá em todos os seres viventes.

Se levam um apertão, espanam. Não agüentam ser contrariados. Não foram educados para
suportar o “não”. O “sim” só tem valor para quem conhece o “não”.

Mas a geração parafusos de geléia desconhece que o “não”. Tudo é permitido. E a permissividade não gera um estado de poder.

Os parafusos de geléia têm baixa auto-estima porque foram regidos pela educação pelo
prazer. Muitos pais acham que dar boa educação é deixar o filho fazer o que tiver vontade,
isto é, dar-lhe alegria e prazer. Não é isso que cria a auto-estima.

Texto retirado do livro “Quem ama Educa” de Içami Tiba