Quando a mente se desliga: o que realmente é a dissociação?
Você já teve a sensação de “sair do ar” por alguns instantes, como se o corpo estivesse ali, mas a mente tivesse ido embora?
Esse fenômeno tem nome — dissociação — e é muito mais comum do que se imagina.
A dissociação é um mecanismo natural de defesa do cérebro, uma forma que a mente encontra para se proteger de situações de estresse extremo, traumas ou sobrecarga emocional.
É como se o sistema nervoso dissesse: “isso é demais para mim agora”, e apertasse um botão de pausa na consciência.
Durante esses momentos, a pessoa pode:
* Ficar com o olhar fixo, imóvel, sem reagir ao ambiente;
* Sentir-se “fora do corpo”, observando tudo como se fosse um espectador;
* Perder a noção do tempo ou esquecer partes de uma conversa ou evento.
Por que isso acontece?
A dissociação é uma forma de autoproteção psicológica. Quando a dor emocional é intensa demais, o cérebro cria uma distância entre a pessoa e a realidade para evitar o sofrimento imediato.
Em traumas repetitivos — como abuso, perdas ou situações de medo constante — essa resposta pode se tornar frequente, levando a desconexões mais longas e profundas.
Mas atenção:
Nem toda “viagem mental” é dissociação. Sonhar acordado, se distrair ou “ficar no mundo da lua” é normal. O sinal de alerta surge quando essa sensação se torna constante, quando há lapsos de memória ou uma dificuldade real de voltar ao presente.
Como lidar com isso?
* Praticar o autoconhecimento e observar os gatilhos emocionais;
* Usar técnicas de grounding (como respirar fundo, tocar objetos ao redor ou focar nos sons presentes);
* Procurar apoio psicológico — especialmente de profissionais especializados em trauma e saúde mental.
A dissociação não é fraqueza.
É o jeito que a mente encontrou para sobreviver quando o corpo não podia lutar nem fugir.
Reconhecer isso é o primeiro passo para se reconectar com o presente e com você mesmo.

