Juan Manuel Ballestero, 47 anos mora em Portugal e resolveu atravessar o Atlântico de barco sozinho para ver o pai de 90 anos idade.

Como nós sabemos todos os voos internacionais estão cancelados, por isso Juan resolvou fazer a viagem épica, foram 85 dias, aproximadamente três meses no mar.

Aniversário do pai

Juan quis chegar a tempo do aniversário do pai, foram mais de 9 mil km, onde o velejador enfrentou vários percalços e se virou absolutamente sozinho. O maior temor foi que os portos começassem a restringir as viagens, o que acabou se confirmando. As autoridades de Porto Santo avisaram que, se ele fosse embora, Juan não poderia voltar.

“Eu não queria ficar como um covarde em uma ilha onde não havia casos”, disse Ballestero ao The New York Times. “Eu queria fazer todo o possível para voltar para casa. A coisa mais importante para mim era estar com minha família. ”

À deriva

Juan então fez todo o planejamento, abasteceu o veleiro com 29 pés com arroz, frutas, atum enlatado e vinho suficiente para sustentá-lo durante a viagem. Em meados de março ele partiu, com esperança de chegar ao porto de Mar del Prata em 75 dias.

O suprimento de comida diminuiu e as autoridades de Cabo Verde, porto onde ele esperava reabastecer, recusaram sua entrada. Após passar pelo Equador, ele ficou sem combustível e no final do dia 38 ele ficou sem o vinho.

Nessa altura sem combustível ele passou a depender exclusivamente da energia eólica, entretanto o vento cessou e o veleiro ficou parado por 10 dias.

Os dias parados fizeram crescer crostas no casco e ele foi forçado a mergulhar para retirá-las, se arriscando a um ataque de tubarão.

A sorte de Juan mudou quando o vento voltou a soprar e permitiu que Juan retomasse sua viagem solitária.  “Não tinha medo, mas tinha muita incerteza. Era muito estranho navegar no meio de uma pandemia… A fé mantém você em pé nessas situações”, disse ao NYT.

Além da fé, ele teve o incentivo das belezas da natureza para continuar a viagem. Durante boa parte da etapa final da travessia, um grupo brincalhão de golfinhos fez companhia, correndo ao lado do barco de Juan.

A página do Instagram de Juan tem imagens da viagem.

De volta ao lar

Ao entrar no porto Juan fez o teste para COVID-19 e foi liberado para atracar o veleiro na Argentina e rever todos os familiares

Ele estava exausto, entretanto feliz, conseguiu chegar a tempo e se encontrou com o pai justamente no dia Dia dos Pais.

“Não há lugar como o lar”, disse.

“Missão cumprida. A fé cruza oceanos”. Veja o instagram de Juan:

Com informações:SNB