Nossa sociedade exalta o pensamento e a razão, mas em alguns casos, pensar demais pode ser contraproducente, provocando até o que se conhece no campo da psicologia como síndrome da  “Paralisia por análise”.

O que é paralisia por análise? 

A paralisia por análise, consiste em pensar muito sobre uma situação, mas nunca chegar a uma decisão ou a uma ação. Quando a decisão é muito complicada ou há muitas opções, não escolhemos porque ficamos presos na fase de análise, procurando a solução “perfeita”.

O problema é que a paralisia por análise nos leva a uma situação em que o custo dessa reflexão excede os benefícios que poderíamos obter se simplesmente escolhêssemos um caminho. Em outras palavras: perdemos mais ficando presos do que podemos perder tomando uma decisão, mesmo que não seja a melhor. Na vida, a paralisia por análise pode nos levar a perder grandes oportunidades e representar altos custos emocionais ou econômicos.

Por que a paralisia por análise é produzida?

– Medo de cometer erros. Todos os dias temos que tomar dezenas de decisões, algumas são importantes e outras mais inconsequentes. Todas essas decisões geram um certo nível de ansiedade, dependendo do impacto que elas causam em nossas vidas. O medo de cometer erros e não ser capaz de refazer nossos passos depois de termos tomado uma decisão é uma das principais causas da paralisia por análise. Queremos ter certeza, mas dado que nunca podemos ter certeza absoluta, estamos paralisados ​​na fase de análise, incubando esse medo do erro, analisando repetidas vezes as consequências das diferentes opções sem optar por nenhuma.

– Muita informação. Na sociedade moderna, a capacidade de escolher foi superestimada, a tal ponto que o número de opções disponíveis para nós simplesmente nos domina. De fato, foi demonstrado que quanto mais opções o consumidor tiver, menos provável será a compra e demorará mais para tomar a decisão, se ela ocorrer. Nesses casos, o problema é que nos perdemos valorizando mais e mais detalhes para diferenciar uma opção da outra e, no final, acabamos esgotados e frustrados, o que reduz nossa capacidade de decisão.

– Tendência ao perfeccionismo. Em outras ocasiões, estamos andando em círculos, porque buscamos a perfeição, queremos finalizar todos os detalhes antes de tomar uma decisão, porque queremos que o resultado seja perfeito.

Como superar a paralisia por análise?

– Estabelecendo prazos. Quando você tiver que tomar decisões importantes, defina um prazo e respeite-o irá ajudá-lo a dar o passo. Determine um prazo prudencial para informá-lo e depois tomar uma decisão. Lembre-se das palavras de Harold Geneen: É melhor tomar uma boa decisão rápida do que tomar a melhor decisão tarde demais.

– Contenha sua curiosidade. Os detalhes são um dos principais culpados da paralisia por análise, que desejam cavar mais e mais a cada nova informação que você descobre. Em algum momento você precisa parar porque esse desejo de aprofundar pode levar à paralisia, porque sempre haverá algo que você não pode saber.

– Não procure a perfeição. “A perfeição é inimiga do bem” escreveu Voltaire. Se você insiste em que tudo seja perfeito, você acabará sendo vítima da paralisia por análise, já que é praticamente impossível controlar todos os detalhes.

– Limite o número de opções. Se você reduzir o número de opções, será mais fácil tomar uma decisão. Comece escolhendo as alternativas mais interessantes e descarte o resto. Será mais fácil para você escolher entre três opções do que entre dez.

– Priorize decisões importantes. Às vezes sofremos o que é conhecido como fadiga decisória, que é causada por ter que tomar muitas decisões em um tempo muito curto. Portanto, é importante que você estruture sua jornada de maneira que possa tomar as decisões mais importantes com uma mente renovada.

* Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Texto originalmente publicado no Rincon Psicologia, livremente traduzido e adaptado pela equipe Revista Bem Mais Mulher