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O que está acontecendo
A Universidade de Tel Aviv anunciou em 20 de agosto de 2025 que Israel se prepara para realizar o primeiro transplante de medula espinhal humana do mundo, utilizando células do próprio paciente. O procedimento, programado para os próximos meses, é considerado um marco global na medicina regenerativa
A técnica envolve a criação de uma medula espinhal tridimensional (3D) em laboratório. Para isso, retiram-se células sanguíneas do paciente, que são reprogramadas para se tornarem semelhantes a células-tronco, além de utilizar tecido adiposo para criar um hidrogel personalizado. Essas células são inseridas no gel e se desenvolvem até formar um tecido da medula que pode ser implantado.
Em testes com camundongos, os resultados foram impressionantes: mais de 80% dos animais com paralisia crônica recuperaram a capacidade de andar, e quando a lesão era recente, todos os ratos recuperaram a mobilidade.
O Ministério da Saúde de Israel já concedeu uma autorização de uso compassivo para realizar esse procedimento em oito pacientes. O primeiro será israelense, conforme declarado pelo professor Tal Dvir, líder do projeto, uma junção entre Tel Aviv University e a startup Matricelf.
Por que isso é tão importante
Medula espinhal não se regenera naturalmente: quando lesionada, forma-se tecido cicatricial que impede a condução dos sinais nervosos — o que resulta em paralisia permanente.
Substituir a parte danificada por um tecido cultivado a partir das próprias células do paciente reduz drasticamente os riscos de rejeição e pode restaurar a conexão neural, permitindo que pacientes paralisados possam ficar de pé e andar novamente, se o procedimento for bem sucedido.
Trata-se de um avanço científico inédito, com potencial para redefinir o tratamento de lesões medulares, que afetam mais de 15 milhões de pessoas no mundo.
Caso os resultados em humanos reflitam os dos testes com animais, este será um passo transformador — não apenas para os pacientes, mas para toda a medicina regenerativa global.