Por Bruce Kasanoff

A intuição, argumenta Gerd Gigerenzer, diretor do Instituto Max Planck de Desenvolvimento Humano, é menos sobre “saber” a resposta correta e mais sobre entender de maneira intuitiva qual informação não é importante e então descartá-la.

Gigerenzer, autor do livro Gut Feelings: A Inteligência do Inconsciente, diz que ele é ao mesmo tempo intuitivo e racional.

“Em meu trabalho científico, tenho palpites. Eu nem sempre consigo explicar por que acho que aquele caminho é o correto, mas eu preciso ser confiante e seguir em frente. Eu também tenho a habilidade de checar esses palpites e entender o que eles significam. Esta é a parte científica. Agora, na minha vida particular, eu conto com o instinto. Por exemplo, quando conheci minha esposa, eu não fiz cálculos. Nem ela.”

Estou lhe dizendo isso porque recentemente um dos meus leitores, Joy Boleda, fez uma pergunta que me fez refletir:

E a intuição? Ela nunca foi classificada como uma forma de inteligência, mas você acha que alguém que tem excelente intuição sobre as coisas é mais inteligente?

Meu “instinto” é dizer sim, especialmente quando estamos falando de pessoas que já são intelectualmente curiosas, rigorosas em sua busca de conhecimento e dispostas a desafiar suas próprias suposições.

Deixe-me colocar isso um pouco mais simples.

Se tudo o que você fizer é sentar em uma cadeira e confiar em sua intuição, você não está exercitando muito a sua inteligência.

Mas se você mergulha em um assunto e estuda diversas possibilidades, você está exercitando a inteligência quando seu instinto lhe diz o que é – e não é – importante.

Em alguns aspectos, a intuição pode ser considerada como uma compreensão clara da inteligência coletiva. Por exemplo, a maioria dos sites de hoje são organizados de maneira intuitiva, o que significa que, para a maioria das pessoas, eles são fáceis de entender e navegar.

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Esta abordagem evoluiu após muitos anos de caos online, quando surgiu um senso comum sobre qual informação era supérflua e quando era essencial (ou seja, o que é sobre nós = essencial).

Theo Humphries argumenta que o design intuitivo pode ser descrito como “compreensível sem o uso de instruções”.

Isso é verdadeiro quando um objeto faz sentido para a maioria das pessoas, pois eles compartilham um senso comum de como as coisas funcionam.

Você pode dizer que sou um crente no poder da intuição disciplinada. Faça suas tarefas, use seu cérebro, compartilhe argumentos lógicos, e eu confiarei e respeitei seus poderes intuitivos. Mas se você simplesmente sentar na sua rede e pedir-me para confiar em sua intuição, eu rapidamente sairei pela porta sem me despedir.

Eu falo por experiência própria: quanto mais eu pesquiso, melhor funciona minha intuição.

Embora isto possa ser uma interpretação de seus pensamentos sobre o assunto, Albert Einstein foi amplamente citado como quem disse: “a mente intuitiva é um dom sagrado e a mente racional é um servo fiel.”

“Nós criamos uma sociedade que honra o servo e esqueceu o dom.”

Às vezes um mandato corporativo, ou um trabalho em equipe, ou seu desejo de produzir determinado resultado pode fazer com que sua mente racional vá na direção errada. Nessas situações, é a intuição que detém o poder de salvá-lo.

Aquele “mau pressentimento” te remoendo é sua intuição lhe dizendo que não importa o quanto você deseja se convencer a seguir determinado caminho, aquele é o caminho errado.

Pessoas inteligentes reconhecem estes sentimentos. E as pessoas mais inteligentes entre nós – aqueles que conseguem grandes avanços intelectuais – não conseguem fazê-los sem aproveitar o poder da intuição.

* Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Texto originalmente publicado no Forbes , livremente traduzido e adaptado pela equipe da Revista Saber Viver Mais