De dia, ele está nas salas de aula; à noite, nas ruas de Presidente Prudente (SP). Guilherme da Silva Mazini, de 24 anos, encontrou na dedicação diária a chave para manter vivo o sonho de se tornar médico.

Estudante de Medicina em período integral, Guilherme divide sua rotina entre aulas e estudos durante o dia e, quando a noite cai, veste o uniforme de coletor de lixo para garantir o sustento e custear um dos cursos mais caros do país. Com mensalidades que podem ultrapassar R$ 16 mil, ele depende do FIES para continuar no curso.

Sua jornada é intensa. As aulas começam às 7h30 e vão até às 17h10, mas, antes do último sinal tocar, Guilherme se prepara para trabalhar. Com autorização especial da faculdade, sai 10 minutos mais cedo para iniciar a coleta de lixo, atividade que pode se estender até a meia-noite. Apesar do cansaço e das dores nos joelhos, ombros e mãos, ele não desanima.

“É um trabalho duro, mas me sinto orgulhoso. Coletar lixo é digno, assim como o sonho de salvar vidas na Medicina”, afirma Guilherme. Seu objetivo é se especializar em psiquiatria, área que considera essencial para compreender a relação entre mente e corpo.

O apoio da mãe, Marilza, e a inspiração da irmã de 18 anos — que também ingressou em Medicina via FIES — foram fundamentais para que ele continuasse firme. Nas redes sociais, Guilherme compartilha sua rotina e já inspira milhares de seguidores que se emocionam com sua determinação.

Cada saco de lixo recolhido é mais um passo rumo ao jaleco branco e à missão de transformar vidas. Guilherme prova que coragem, esforço e dedicação podem superar qualquer obstáculo.