Por: Revista Saber Viver Mais

Mico-Leão-Dourado é um mamífero que vive exclusivamente na Mata Atlântica. Animal ameaçado de extinção há muito tempo por causa da destruição do seu habitat, sua sobrevivência se deve aos projetos e unidades de conservação.

Um desses projetos foi inaugurado neste domingo (2), data em que é comemorado o dia do Mico-Leão-Dourado, se trata do primeiro viaduto vegetado do Brasil para a conservação da biodiversidade do país.

Localizado no estado do Rio de Janeiro, no km 218 da BR-101, foi orçado de R$ 9 milhões, a obra foi concluída na última segunda-feira (27) pela Arteris Fluminense.

Mata Atlântica

As mudas são nativas de Mata Atlântica, o viaduto vai ter um papel muito importante, que é conectar a Reserva Biológica Poço das Antas, que é um principais habitats do Mico-Leão-Dourado à Área de Proteção Ambiental Rio São João/Mico-Leão-Dourado.

A expectativa é que daqui alguns anos o crescimento da vegetação tornará a travessia mais segura e permitirá o encontro deles com outros membros da espécie isolada em outros fragmentos da Mata Atlântica.

O encontro da espécie será fundamental para que a reprodução do Mico-Leão-Dourado seja mais segura, porque vai reduzir o cruzamento entre parentes, assim evitando os problemas de consanguinidade.

sabervivermais.com - Futuro da espécie: Primeiro viaduto vegetado para Mico-leão-dourado é inaugurado no Brasil
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Escolha do local

O viaduto foi construido em cima de um mapeamento que identificou o trecho mais sensível onde havia altos índices de atropelamento de animais. Luiz Paulo Ferraz, secretário executivo da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), explica que a floresta da baixada do interior do estado do Rio de Janeiro, é a única área no mundo que vivem os micos-leões-dourados. Em uma entrevista ao G1, ele falou sobre a inauguração do primeiro viaduto vegetado;

“As matas da região são muito fragmentadas e a duplicação da rodovia forma uma barreira impedindo a circulação dos animais e isolando populações. Os micos utilizam as árvores para mover, eles precisam se sentir protegidos de predadores. Se tudo der certo no plantio realizado, acreditamos que de dois a três anos já teremos um bosque que possibilite o uso. Mas o projeto é de longo prazo e o importante é que nas próximas décadas essa movimentação dos animais seja feita com mais segurança e permita o equilíbrio ecológico na reserva”, explicou Luís Paulo.

Segundo viaduto

O secretário também explicou que está previsto a construção de um segundo viaduto na duplicação da rodovia.

“Este problema com as infraestruturas que cortam a paisagem de conservação dos micos foi bem encaminhado e esperamos excelentes resultados. Outras passagens mais leves também foram construídas como túneis para a fauna terrestre e passagens copa a copa (como uma passarela de pedestres) que permitem os animais cruzarem a rodovia”, afirma.

Com informações: G1
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