A Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal, entregou a carteira profissional ao advogado mais jovem do Brasil.

Mateus de Lima Costa Ribeiro, com apenas 18 anos formado na UnB (Universidade de Brasília), foi aprovado há poucos meses, de primeira no Exame da Ordem.

A curta trajetória acadêmica começou em 2014, quando Mateus foi aprovado no vestibular com 14 anos somente. De acordo com a lei, ele não poderia se matricular na universidade, por que ainda estava cursando o 9º ano do ensino fundamental.

Porém uma decisão liminar permitiu que ele ingressasse na faculdade, desde que passasse em uma prova com conteúdo do ensino médio. Matheus então começou uma verdadeira maratona, em 24 horas, devorou três anos de matérias escolares e concluiu a etapa.

“Foram, assim, cinquenta provas de todas as matérias possíveis e imagináveis. As 24 horas mais intensas da minha vida, eu literalmente nem dormi direito.”

Já na faculdade, a rotina de Mateus não ficou mais leve:  “Tinha dia que era disciplina de manhã, de tarde e de noite”, diz.

Com 256 créditos previstos, estágio e monografia, o curso de direito é um dos mais concorridos – e também, um dos mais puxados – da universidade. O próprio sistema eletrônico da UnB indica que, normalmente, os alunos têm entre cinco e oito anos para concluir o bacharelado.

Mateus decidiu que o prazo era longo demais. Acumulando matérias, cursos de verão e atividades extraclasse, ele conseguiu concluir o curso em 4 anos. Com entrega da carteira profissional nesta sexta, ele está apto a atuar como advogado.

Mas o interesse do jovem advogado por leis não surgiu do nada: Ele é filho de um casal de advogados, e também teve a influência dos irmãos mais velhos.

O recorde de advogado mais novo pertencia inclusive a um dos irmão de Mateus Ribeiro. Hoje doutor em direito, João Costa Ribeiro Neto, que conquistou a carteira da OAB aos 20 anos.

Em entrevista à Tv Globo, Mateus disse que os primeiros passos rumo à advocacia foram dados antes do vestibular, aos 10 anos de idade. Em uma tentativa de escapar de um castigo, ele recorreu a uma estratégia que os pais já conheciam: um pedido de habeas corpus.

“Eu estava de castigo, preso, e aí tive a ideia. Na verdade, meu irmão sugeriu que eu impetrasse um habeas corpus que seria julgado pelo meu pai, para eu poder ir pra sala ver o jogo do Corinthians.”

sabervivermais.com - Estudante de Brasília se torna o advogado mais jovem do Brasil com apenas 18 anos

Outro incentivo que Mateus recebeu foi dado no colégio, um professor desafiou os alunos da turma a lerem 50 livros durante o ano. A proposta chocou o pequeno Mateus, porém o ainda aluno da 5ª série, revelou que o desafio foi mais fácil do que parecia.

“Minha mãe falou: vamos começar, um livro atrás do outro. Aí eu li o primeiro, o segundo, e no final do ano eu tinha lido 86 livros”, conta.

Cerimônia emocionante

“O esforço pessoal, os talentos que ele tem são inegáveis. […] Mas nada disso teria ocorrido se não houvesse a sensibilidade do Poder Judiciário e do Ministério Público, ao conceder a ele uma autorização para terminar o ensino médio a tempo de se matricular”, declarou o desembargador do Tribunal de Justiça do DF Diaulas Costa Ribeiro, presente na cerimônia.

João Costa Ribeiro Filho, pai de Mateus, disse que o coração ficou “apertado”, mas feliz durante a cerimônia. “Ele se preparou para isso. Acredito que será um grande advogado e dará uma grande contribuição ao Brasil.”

A irmã do meio de Mateus, Clarissa Costa Ribeiro tem 20 anos e deve se formar em direito, também na UnB, no fim deste ano. A irmã do meio também já foi aprovada no Exame da Ordem e, com o diploma em mãos, deve se tornar a mulher mais jovem na advocacia do país.

Foi por livre e espontânea pressão e um pouquinho de vontade”, diz ela, aos risos. “A gente gosta do direito. Mas, sem dúvida, a gente tinha grandes exemplos em casa.”

Mateus tem uma explicação bem similar à da irmão, desde os 5 anos, ele se lembra da vontade de ser advogado e seguir os passou dos pais.

“Acho que é a coroação de toda uma trajetória que não começa hoje. A gente colhe, hoje, os frutos que plantou há 5, 6 anos. É aquela história: dias de luta, dias de glória.”

Informações:G1