James P. Allison e Tasuku Honjo foram agraciados com o Nobel de Medicina nesta segunda-feira.

O júri do Instituto Karolinska, de Estocolmo, outorgou o prêmio a esses dois cientistas por descobrirem terapias de combate ao câncer com drogas que aceleram a função do sistema imunológico, ou seja, fazem o próprio corpo combater os tumores.

De acordo com o Comitê do Nobel do Instituto Karolinska, na Suécia, a descoberta formou um quarto pilar no tratamento contra o câncer, diferente de tudo que havia até então, como quimioterapia, cirurgia e radioterapia.

A pesquisa teve grande desenvolvimento nas últimas décadas e aumentou a efetividade de tratamentos contra vários tipos de câncer, como melanoma, câncer de pulmão e câncer de rim, que não respondiam bem às drogas que existiam antes e diminuindo drasticamente a taxa de mortalidade para alguns tipos.

Os vencedores

James Allison, de 70 anos, é pesquisador do Centro de Câncer MD Anderson de Houston (EUA). Estudou uma proteína que funciona como um freio para o sistema imunológico e entendeu que eliminar esse freio poderia fazer as defesas atacarem aos tumores. A ideia se transformou numa nova estratégia para tratar os pacientes, explicou a Academia.

Honjo, de 76 anos e vinculado à Universidade de Kyoto, descobriu outra proteína nas células do sistema imunológico que também impede que elas ataquem os tumores. As terapias baseadas nessa segunda molécula demonstraram ser “surpreendentemente efetivas na luta contra o câncer”, segundo a Academia.

As drogas

Entre as drogas hoje comercializadas que agem no funcionamento do sistema do PD-1 estão o nivolumabe (Opdivo, também da Bristol-Myrers Squibb) e o pembrolizumabe (Keytruda, da MSD). Ambas foram aprovadas recentemente. Há ainda outras drogas já lançadas com o mesmo princípio e várias estão em desenvolvimento.

“A esperança é que os medicamentos já gerados baseados nessas descobertas venham a ser usados em um número cada vez maior de pacientes com câncer, trazendo a esperança de cura para muitos deles”, diz o oncologista Gilberto Lopes, professor do Sylvester Comprehensive Cancer Center, da Universidade de Miami.

O prêmio

A escolha do vencedor do prêmio é realizada por um grupo de 50 pesquisadores ligados ao Instituto Karolinska, na Suécia, escolhido por Alfred Nobel em seu testamento para eleger aquele que tenha feito notáveis contribuições ao futuro da humanidade para receber a láurea.

A cerimônia de premiação propriamente dita dos vencedores deste ano só ocorre em dezembro. Os vencedores de 2017 dividirão o prêmio de 9 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,1 milhões).

O dinheiro vem de um fundo de quase 4,5 bilhões de coroas suecas (em valores atuais) deixado pelo patrono do prêmio, Alfred Nobel (1833-1896), inventor da dinamite.

Os prêmios são distribuídos desde 1901. Além do valor em dinheiro, o laureado recebe uma medalha e um diploma.

Premio Nobel de Medicina 2018

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Publicado por Muy Interesante em Segunda-feira, 1 de outubro de 2018

 

Informações:Folha