Maré vermelha traz microalga incomum e com potencial tóxico ao litoral de SP

Uma floração de microalgas conhecida como Margalefidinium, foi identificada por pesquisadores do Centro de Biologia Marinha da USP no Canal de São Sebastião no final deste verão.

Segundo os biólogos esse tipo de floração não é comum no litoral de São Paulo, eles também alertaram sobre os riscos potenciais que essas algas trazem para os peixes e para outros organismo que compõe o ecossistema marinho.

Maré Vermelha

Foram registradas focos nas praias de Guaecá e do Segredo, em São Sebastião, foram mais de 2 milhões de microrganismos por litro de água.

“Essa é uma espécie que não tem muito registro [em São Paulo]. Aqui eu nunca tinha visto. Saí ligando para todo mundo para ver se alguém já tinha encontrado na costa de São Paulo e ninguém viu. Não quer dizer que não tinha, quer dizer que ninguém viu. Mas não é muito costumeira aqui”, contou a professora Áurea Ciotti, do Cebimar.

A especialista disse que as florações ocorrem quando a temperatura acaba favorecendo o crescimento de determinadas espécies e um excesso de nutrientes nas águas.

A equipe do Cebimar, ainda não consegue explicar de onde vieram as microalgas e como foram parar na costa paulista. Mas existe a possibilidade segundo o Cetesb das florações tenham chegado por correntes vinda do Paraná e de Santa Catarina, ou mesmo da costa do Uruguai.

No último verão, compreedido entre o período de dezembro a março de 2019, os técnicos investigaram sete ocorrências de manchas avermelhadas ou acastanhadas no litoral paulista. Mas nem todas estava relacionadas a microalgas.

Cetesb levantou os registros de florações desde 2000. De acordo com as informações disponibilizadas, houve um crescimento de ocorrências a partir de 2013. Essas ocorrências envolvem florações de dinoflagelados e outros microrganismos, incluindo cianobactérias, protozoários ciliados e outros.

Texto originalmente publicado na USP