Cientistas no Japão estão desenvolvendo um medicamento que visa estimular o crescimento de novos dentes em humanos, algo além do que temos hoje com implantes, dentaduras ou próteses. Aqui vai um resumo de o que se sabe + ressalvas importantes:

O que se sabe

  • O trabalho está sendo conduzido pelo Hospital da Universidade de Kyoto.
  • O alvo é uma proteína chamada USAG-1, que inibe o desenvolvimento dentário. Inibindo essa proteína, a ideia é liberar o potencial de crescimento de novos dentes (“terceira dentição”) que existe latentemente.
  • Houve resultados promissores em modelos animais (camundongos, furões).
  • Em setembro de 2024 os testes clínicos em humanos começaram, focando inicialmente em pessoas com ausência congênita de dentes (que nasceram sem alguns dentes), para avaliar segurança, eficácia e ver onde podem nascer os dentes, morfologia, funcionalidade etc.
    A expectativa otimista é que, se os testes forem bem-sucedidos, o tratamento possa estar disponível até cerca de 2030.

Limitações e desafios

  • Ainda estamos em fases iniciais: há muitos testes a serem feitos para garantir segurança, eficácia e controle do crescimento dentário em humanos.
  • Importante saber se os dentes que nascerem terão estrutura e função adequadas (raiz, esmalte, posição, compatibilidade com mordida etc.).
  • Direcionar o novo dente para crescer num local correto sem prejudicar dentes adjacentes ou outras estruturas orais será um desafio.
  • Possíveis efeitos colaterais ou respostas imprevistas ainda são desconhecidos. Como em qualquer novo tratamento biológico, há riscos.
  • O uso inicial será para casos relativamente raros (ausência congênita de vários dentes). Ou seja, não vai ser algo imediato para todos que perderam dentes por cáries, traumatismos etc., mas o objetivo é eventualmente expandir.

Implicações

Se der certo, pode revolucionar a odontologia:

  • Poderia reduzir a necessidade de implantes ou dentaduras em alguns casos.
  • Evitar alguns dos custos, desconfortos ou complicações que vêm com próteses ou implantes.
  • Melhorar qualidade de vida para quem tem perda dentária significativa.