Devido as aglomerações de pessoas, o carnaval é um ambiente propício para o aparecimento de casos de gripe e viroses. Por isso, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) está fazendo um alerta sobre os cuidados necessários para que os foliões passem ilesos por esse período. Aliados a aglomerações, a má alimentação, exposição excessiva ao sol e pouco descanso, são fatores que contribuem para o acometimento de doenças no período pós-folia. Nessa época, é comum o aparecimento de quadros que têm como formas de transmissão o contato físico, a tosse ou espirro. Por isso, é importante estar com o sistema imunológico fortalecido para prevenção de doenças infecciosas transmitidas por via respiratória.

Os sintomas das viroses começam a aparecer cerca de cinco dias após a infecção. Entre eles está a febre, congestão nasal, moleza aliada à mialgia (dores pelo corpo) e dor de cabeça. No caso de resfriado, o quadro de febre, quando aparece, é baixo. Normalmente, os sintomas desaparecem em poucos dias, mas especialistas advertem sobre a necessidade de hidratação, repouso e boa alimentação. Caso apareçam os sintomas, o paciente deve procurar o serviço de saúde mais próximo para orientações e cuidados.

A coordenadora médica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Torrões, Fabiana Emerenciano, faz um alerta para o uso indevido de medicamentos, muitas vezes ingerido por conta própria ou por indicação de terceiros. “A automedicação pode trazer complicações em casos de doenças que poderiam ser resolvidas de modo mais simples. Além de mascarar sintomas mais graves, pode promover o surgimento de reações adversas que agravem o quadro clínico do paciente. Sempre dar preferência a analgésicos comuns, como a dipirona e o paracetamol e evitar o uso de anti-inflamatórios e antibióticos sem a prescrição médica”, afirmou.

A movimentação de turistas é outro fator importante para o contágio. Pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo podem se tornar disseminadores de doenças. Para evitar o contágio pelo agente infeccioso, a dica principal é fazer, sempre que possível, a higiene das mãos antes de tocar nos olhos, nariz e boca e, principalmente, após tossir ou espirrar. O contagio também pode acontecer de forma indireta por meio do contato com superfícies recém-contaminadas por secreções respiratórias. É importante também evitar o compartilhamento de alimentos, copos e objetos de uso pessoal.

Durante a folia, cuidados devem ser com comidas, bebidas e até as roupas

O infectologista Carlos Tadeu Oliveira Leonidio chama a atenção para prevenir as infecções alimentares que são comuns quando os produtos são mal acondicionados e manipulados sem higiene. “Se puder escolha as barraquinhas de comidas onde as pessoas que preparam os alimentos usam toucas na cabeça, luvas descartáveis, e lavem as mãos antes de pegar nos ingredientes”. É recomendável também evitar o uso de maioneses, molhos e catchups, saladas cruas, e comidas que fermentam rápido. Cuidado com os espetinhos, principalmente, aqueles que adormecem fora da geladeira. Carlos Tadeu recomenda que o folião evite os caldinhos, principalmente aqueles mais apimentados e gordurosos porque se deterioram mais rápido.

No quesito bebida, é sempre bom ficar de olhos bem abertos para evitar que alguém adicione entorpecentes, que podem levar aos atos de violência física e sexual. “Cuidado com o excesso de álcool. Procure se hidratar com água mineral e sucos de frutas que são fonte de vitaminas”, recomenda o infectologista. Evite o uso de energéticos com bebidas alcoólicas como estimulante. “Nada de excessos de consumo de álcool e de drogas que são práticas autodestrutivas”, completa.

Em caso de surgimento de algum sintoma de infecção intestinal, as principais recomendações são aumentar o consumo de água, frutas e verduras para reidratar o organismo. “Se os sintomas persistirem, o folião deve procurar o posto de saúde mais próximo para avaliação da equipe”, finaliza a coordenadora de nutrição da SES, Rijane Barros.

Para se prevenir contra as doenças, a dica é ser seletivo com os parceiros e usar sempre preservativos, que são distribuídos gratuitamente na rede pública de saúde. Se as pessoas sabem que vão se expor ao HIV, podem fazer o uso de medicamento antes e depois das relações sexuais. “Dê prioridade ao preservativo porque o HIV não é a única doença transmissível. Existem a hepatite B e hepatite C, sífilis e cancro duro”, alerta o infectologista.

Os cuidados também devem ser com a escolha das roupas para enfrentar o sol e o calor de 30 graus. Não descuidar do protetor solar, dar preferência as roupas leves, usar chapéu ou boné, e procurar se hidratar durante o período que estiver acompanhando os blocos e as troças.

Confira mais dicas: 

1. Beba bastante líquido – o ideal é consumir de 2 a 3 litros de água por dia. Você também pode investir na água de coco e nos sucos naturais de frutas, como  o de uva, limão, acerola, laranja e melancia.

2. Coma frutas da estação – As frutas possuem vitaminas e minerais que auxiliam em diversas funções do organismo, como no processo de desintoxicação. Algumas das opções para esta época do ano são abacate, graviola, pinha, tangerina e seriguela.

3. Opte pelos vegetais verde-escuros – Alimentos como couve-manteiga, brócolis, rúcula e agrião também atuam no processo de desintoxicação, auxiliando, inclusive, no bom funcionamento do fígado. Portanto, são boas pedidas contra a ressaca.

4. Programe-se – Além de cortar o hábito nocivo do jejum, você deve fazer as três refeições principais (café-da-manhã, almoço e jantar) e pequenos lanches nos intervalos. Os lanches podem ser frutas frescas, desidratadas ou salada de frutas, assim como também as oleaginosas (castanhas e amêndoas).

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Fonte:Diário de Pernambuco