Quem assiste os Jornais da TV Globo, conhece a apresentadora Maju Coutinho como a “garota do tempo” do Jornal Nacional.
Essa semana a apresentadora deu uma declaração no programa Papo de Almoço, da Rádio Globo, onde disse que não pretende ter filhos. A declaração causou surpresa e isso diz muito sobre o papel da mulher na sociedade.
“Eu não tenho vontade de ser mãe. Mas gosto de crianças, porque, às vezes, tem essa ideia [que quem não quer engravidar não gosta de crianças]. Não tem nada a ver. Eu gosto delas e elas gostam de mim. Mas é outro lance, não sei explicar muito bem o que é. Não sinto vontade de ser mãe. É de dentro”, revelou.
A própria Maju fez questão de pontuar que não se trata de gostar ou não de crianças. A jornalista que é casada há 8 anos com o publicitário Agostinho Paulo Moura, simplesmente se livrou da cultura machista onde a mulher tem que ser mãe para ser mulher
A necessidade do esclarecimento não é exclusividade apenas de Maju. Pelo contrário. A psicóloga Liediani Medeirs Souza escreveu sobre o assunto no Blogueiras Feministas. Ela começa o artigo tratando da quase obrigatoriedade de ser mãe.
“Por que o seu desejo tem que ser o meu? Todos temos sonhos, desejos e conquistas que perseguimos. Dependendo do contexto, da situação familiar e política. Casar e ter filhos são apenas dois deles e que são, geralmente, entendidos (ou ensinados) como tipicamente femininos. Mas existem tantos outros. Viajar, ter uma carreira, comprar um carro, ser ativista, adotar animais, passar em um concurso público e ter estabilidade. Um sonho, mesmo quando compartilhado com outras pessoas ao redor do globo, é inerentemente individual. Não é porque eu desejo algo, que necessariamente todos tem que querer o mesmo”
Na verdade é preciso ouvir mais. Não dá para em pleno 2018, uma declaração como da apresentadora causar tanto espanto, simplesmente porque uma mulher não deseja se casar e ter filhos.
“Se aquela mulher não se casar ou não tiver filhos, Ela não casou e não teve filhos! Você pode fazer essas duas coisas, nada o impede. Surpresa! Somos seres individuais Quando se trata da vida afetiva de uma mulher e das escolhas que ela faz, essa proposição é invalidada. Muitos se acham no direito (e até no dever) de avaliar, julgar e doutrinar àquela para que se comporte adequadamente, voltando ao modelo. O que isso muda na vida daquele que se intromete? Posso dizer que pouco ou até nada.”
* Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.
Informações: Hypeness
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