Foto:Edifício da Suprema Corte do Nepal em chamas e com fumaça saindo após ser alvo de manifestantes em protestos generalizados contra o governo na capital Catmandu em 9 de setembro de 2025. — Foto: REUTERS/Navesh Chitrakar

O mundo inteiro voltou os olhos para Katmandu, onde o impossível aconteceu: jovens armados apenas com celulares, hashtags e uma indignação coletiva conseguiram estremecer os alicerces de um governo inteiro.

Tudo começou com o que parecia “apenas” um bloqueio de redes sociais. Mas para a Geração Z nepalesa — conectada, criativa e já cansada de décadas de corrupção, desemprego e promessas vazias — aquilo foi a gota d’água. Em poucas horas, protestos pacíficos se transformaram em uma onda de manifestações históricas.

O estopim:

* A polícia abriu fogo contra os manifestantes.
* Jovens responderam ocupando as ruas, incendiando carros e cercando prédios oficiais.
* O Parlamento e o icônico complexo de Singha Durbar foram tomados pelas chamas, um símbolo da ruptura com o passado.

O saldo é pesado: dezenas de mortos, centenas de feridos e uma capital em estado de sítio. Mas o recado foi claro: uma geração inteira não aceita mais viver em silêncio.

Diante da pressão, o primeiro-ministro K. P. Sharma Oli renunciou, tentando conter a revolta. Mas já era tarde: o movimento ganhou vida própria e virou uma verdadeira revolução popular.

Hoje, soldados guardam as ruas, mas o fogo que consome o Nepal não está só nos prédios — está nos corações de milhões de jovens que decidiram que o futuro não será negociado em gabinetes, e sim conquistado nas ruas.

Uma coisa é certa: o que começou como uma batalha contra o bloqueio das redes sociais virou um grito global contra a corrupção, a desigualdade e o autoritarismo. E o Nepal pode ter acabado de inaugurar a primeira revolução digital da Ásia do Sul.