Falta de ar aos pequenos esforços é o sintoma mais característico das fases avançadas da doença pulmonar obstrutivo-crônica (DPOC).
DPOC é uma condição insidiosa que evolui durante anos ou décadas até apertar o cerco. Na fase inicial, a dispneia é quase imperceptível; surge ao subir três ou quatro andares ou no futebol do fim de semana.
O quadro evolui com restrições progressivas. Para perder o fôlego, bastam alguns degraus, uma pequena ladeira, passos mais apressados até a padaria. Como a instalação é gradativa, as pessoas se acomodam: evitam escadas, subidas íngremes e demais situações adversas. Negam que lhes falta o ar, dizem que se cansam como qualquer um da mesma idade.
Com a progressão, entra em cena um cortejo de sintomas: tosse, secreção pulmonar, chiado no peito, respiração pesada e sensação de que o ar não chega ao fundo dos pulmões. Gripes e resfriados duram mais tempo e podem evoluir com complicações bacterianas, que agravam a insuficiência respiratória.
Mais tarde, esforços mínimos como tomar banho, subir dois ou três degraus, pegar um objeto no chão exigem repouso para recuperar o fôlego. As crises de exacerbação se tornam comuns, geralmente acompanhadas por pneumonias que requerem internação hospitalar.
DPOC é um problema grave de saúde pública. Um estudo realizado entre adultos com mais de 40 anos mostrou que cerca de 10% apresentavam sinais de obstrução das vias aéreas de moderada intensidade, pelo menos. Nos últimos 30 anos, o número de mortes causadas pela doença duplicou; as mulheres contribuíram decididamente para esse crescimento.
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Embora o risco aumente com a idade, a hipótese de DPOC deve ser considerada em todas as mulheres e homens que se queixam de sintomas respiratórios crônicos capazes de restringir as atividades diárias.
O cigarro é de longe o maior responsável pela enfermidade. O aumento da mortalidade entre as mulheres que começaram a fumar nos últimos trinta anos confirma essa relação entre causa e efeito. A exposição a poluentes industriais também é fator de risco.
O esforço respiratório para manter a oxigenação provoca alterações na forma do tórax (tórax em barril), retração das costelas inferiores à inspiração e prolonga a fase de expiração.
O diagnóstico é feito pela espirometria, exame no qual o paciente faz expirações forçadas num tubo ligado a um aparelho que mede uma série de parâmetros relacionados com o fluxo de ar e a capacidade dos pulmões.
A principal medida para conter o declínio da função respiratória é largar do cigarro. A abstinência diminui a frequência das crises, melhora a qualidade de vida e reduz a mortalidade.
Nos casos de DPOC mais grave, os sintomas podem ser aliviados com o uso de broncodilatadores administrados por inalação. No mercado estão disponíveis broncodilatadores de ação rápida, ideais para alívio imediato, e outros de longa duração, cujo efeito pode persistir por 24 horas ou mais.
A inalação de corticosteroides é outra modalidade de tratamento, capaz de melhorar as condições respiratórias e de reduzir a frequência das crises em 15% a 20%.
Para obter respostas mais consistentes, muitas vezes os médicos prescrevem combinações de broncodilatadores e corticosteroides inalatórios.
Dois estudos avaliaram o papel da administração de oxigênio nos casos mais avançados. O primeiro comparou 15 horas diárias de oxigênio com um grupo controle que não fez uso dele.
No segundo, foi feita a comparação de 18 horas diárias, com 12 horas de uso por dia. Nos dois estudos, a mortalidade caiu 20%.
Quando há indicação de oxigenioterapia, a recomendação atual é de administrá-lo por pelo menos 18 horas diárias, inclusive durante o sono.
Os pacientes devem receber vacina contra a gripe todos os anos, bem como vacina contra o pneumococo. Fisioterapia para reabilitação pulmonar é indicada em todos os casos.
* Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.
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