Por Dr Drauzio Varella
De acordo com o conceito clássico, eram consideradas hipertensas as pessoas com pressão máxima (sistólica) maior do que 14 cm Hg, ou com pressão mínima (diastólica) acima de 9 cm Hg.
Aquelas com máximas entre 12 e 13,9 e/ou mínimas entre 8 e 8,9 caíam na faixa da pré-hipertensão, na qual não estava indicado tratamento medicamentoso.
Baseados na revisão dos últimos estudos clínicos, o American College of Cardiology e a American Heart Association acabam de propor novos limites para definir hipertensão arterial. Segundo essas normas, os níveis máximos da normalidade devem ser de 12 por 8, contradizendo os 13 por 9 das anteriores.
As novas diretrizes enfatizam a importância de medir a pressão em casa, com aparelhos regulados, uma vez por ano. A medição no consultório médico gera um grau de ansiedade capaz de elevar os níveis pressóricos.
Recomendam, ainda, que os pacientes sejam instruídos a utilizar a braçadeira adequada ao diâmetro do braço, a mantê-lo na altura do coração e a ficar pelo menos 10 a 15 minutos em repouso antes de insuflar o manguito. O ideal é fazer três medições de cada vez, com pequenos intervalos entre elas.
Ao contrário das recomendações anteriores, as atuais propõem levar em conta o risco de doença cardiovascular, calculado a partir do “escore de Framingham” (encontrado na internet).
Pessoas com pressão máxima entre 13 e 14 cm Hg ou mínima entre 8 e 9, nas quais o risco cardiovascular estiver abaixo de 10%, segundo o escore de Framingham, devem ser apenas aconselhadas a mudanças de estilo de vida, sem necessidade de intervenção farmacológica.
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Aquelas com risco superior a 10%, além das mudanças de hábitos, deveriam iniciar tratamento medicamentoso.
Ao considerar hipertensão grau 1 pressões máximas entre 12 e 13, e/ou mínimas entre 8 e 9 cm, e hipertensão grau 2 máximas acima de 14 e/ou mínimas acima de 9, as novas diretrizes têm gerado controvérsias e discussões acaloradas.
O argumento mais consistente é o de que seriam rotulados como hipertensos grande número de mulheres e homens, hoje, considerados normotensos. Na população norte-americana, por exemplo, a prevalência de 32% entre os adultos calculada de acordo com as regras atuais, subiria para 46%.
Outro problema seria o de receitar medicamentos para pessoas com níveis pressóricos pouco acima de 12 por 8, que enfrentariam custos e efeitos colaterais, em troca de benefícios cardiovasculares mínimos. A medicalização desse contingente sobrecarregaria os serviços de saúde e aumentaria os gastos do sistema público.
O que fazer com essas informações?
A importância delas é enfatizar o controle doméstico da pressão. Todos devem ter um aparelho em casa. No Brasil, nem hipertensos graves tomam esse cuidado. Outro ponto é chamar a atenção para as mudanças de estilo de vida e para o fato de que níveis sistólicos entre 12 e 12,9 e/ou diastólicos entre 8 e 8,9 não são tão normais assim.
Quanto à indicação de medicamentos hipotensores, os riscos e benefícios devem ser discutidos caso a caso.
* Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.
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