Algumas mulheres, ao contrário da maioria, não apresentam um ciclo menstrual regular. A primeira coisa que percebem é que o intervalo entre uma menstruação e outra geralmente é muito mais longo que o normal, podendo chegar a meses. Também relatam o aparecimento de acne, aumento da oleosidade da pele, pelos no corpo e ganho de peso. A medicina explica: trata-se de um caso típico de ovários policísticos.
O ginecologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Wagner J. Gonçalves, esclarece que os ovários policísticos não são uma doença e sim, uma síndrome, caracterizada pela anormalidade do eixo endócrino da mulher. “Ela produz estrogênio, mas não tem ovulação e os folículos ficam parados”, esclarece. Decorre daí o desenvolvimento de vários pequenos cistos nos ovários.
De acordo com o especialista, todo o conjunto de sintomas associados a essa síndrome está intimamente relacionado a um aumento da produção de hormônios androgênios (masculinos). Esses hormônios são produzidos em pequena quantidade por toda mulher durante o ciclo menstrual e têm papel fundamental no aumento da libido durante a fase ovulatória, período no qual ela precisa despertar o desejo para o encontro sexual.
“A medicina ainda não identificou o que causa essa anormalidade. Pesquisas recentes estudam inclusive se existem modificações genéticas envolvidas. Mas, por enquanto, não há nada de concreto”, afirma.
Dr. Gonçalves explica também que a Síndrome dos Ovários Policísticos habitualmente se manifesta em mulheres mais jovens, logo após a primeira menstruação. Mas alerta que, apesar de não ser uma doença de fato, inspira cuidados, porque induz problemas bem mais sérios, como obesidade e diabetes.
Quem tem ovários policísticos, por não ovular com regularidade, pode ainda apresentar dificuldade em engravidar. Porém, a maioria das mulheres responde muito bem aos medicamentos indutores de ovulação. Eles são administrados por via oral e conseguem corrigir as anomalias endócrinas, permitindo que boa parte das mulheres engravide.
Para aquelas que, mesmo assim, não conseguem, existem outras táticas, como a fertilização in-vitro ou a cauterização laparoscópica. Este último é um procedimento cirúrgico no qual são feitas três pequenas incisões na parede abdominal para cauterizar os cistos. Com isso, muitas mulheres começam a menstruar regularmente até a menopausa.
Gonçalves explica que é possível e bastante simples tratar a Síndrome dos Ovários Policísticos. São várias condutas disponíveis. Uma delas é o uso de substâncias antiandrogênicas que diminuem a produção em excesso desses hormônios masculinos. A pílula anticoncepcional é um exemplo.
Outra alternativa igualmente eficaz é o uso da metformina, um medicamento administrado originalmente para o tratamento do diabetes mas que apresenta bons resultados no controle dos ovários policísticos.
Por fim, o especialista recomenda a perda de peso como conduta essencial no tratamento. “Quando a mulher emagrece, seu organismo se equilibra como um todo, e a menstruação também começa a acontecer com mais regularidade”, afirma.
Fonte: Minha Vida
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