Conhecimento

Cinquenta por cento das mulheres sofrem de insônia após a menopausa

Por Luiz Fujita Jr

Quando há desequilíbrio hormonal, os sintomas sofridos pelo organismo são variados. No caso da pós-menopausa, o declínio dos níveis de estrógeno e progesterona pode provocar ondas de calor (fogachos), diminuição da libido, fadiga, ansiedade, dor de cabeça, secura na pele e muitos outros.

Entre os que provocam maior impacto na vida das mulheres estão as alterações do sono. “A insônia está entre as principais queixas que fazem a mulher, no período de transição menopausal, comparecer ao consultório do especialista”, relata Renata Bonaccorso Lamego, ginecologista do Hospital Albert Einstein e especialista em sexualidade, HPV e medicina fetal.

E não são poucas as mulheres que sofrem com o problema. Um estudo multinacional com mais de 6 mil mulheres revelou que 46,3% das menopausadas com 45 anos ou mais relatavam insônia ou sono de má qualidade, queixando-se principalmente de acordar no meio da madrugada e não conseguir dormir dali em diante. Sono não reparador é particularmente prejudicial à saúde porque piora outros sintomas da menopausa. “Mulheres que sofrem com insônia apresentam mais fogachos e mais sintomas de ansiedade e depressão, além de piores pontuações nos questionários de qualidade de vida”, afirma a médica.

Qualquer pessoa que já tenha passado por períodos de insônia sabe que, de fato, ela compromete muito a qualidade de vida. Se episódios pontuais já aumentam a ansiedade, a persistência prolongada do sintoma naturalmente leva à procura por formas de recuperar o sono, e nessa busca pode-se chegar aos medicamentos para dormir como alternativa. Esse tipo de medicação, entretanto, tem sérios efeitos colaterais, incluindo confusão e comprometimento da coordenação, além de seu uso prolongado provocar dependência e tolerância (doses cada vez maiores são necessárias para se obter o mesmo efeito).

“É importante orientar a paciente em relação à importância da atividade física regular e da perda de peso”

Segundo a dra. Renata, se não houver contra-indicações, a terapia de reposição hormonal pode ser indicada. “A variação nos níveis sanguíneos de estradiol, característicos da menopausa, promovem alteração dos neurotransmissores serotonina e dopamina, que estão intimamente ligados à regulação do sono. Ao se utilizar medicamentos de reposição hormonal, objetiva-se estabilizar essa variação de estrógenos e, dessa forma, melhorar o padrão de sono.”

Algumas medidas do dia a dia, comuns para se conseguir uma boa noite de sono, valem também neste período. Mantenha o quarto silencioso e com pouca ou nenhuma luz, sem televisão, e evite o hábito cada vez mais comum de mexer no celular antes de dormir. Lembre-se de não ingerir alimentos que contenham cafeína, como café, chá preto ou mate, refrigerantes de cola etc. (veja mais dicas para dormir melhor aqui.)

Algumas recomedações que não estão diretamente ligadas à hora nem ao ambiente de dormir também podem interferir no sono. “ É importante orientar a paciente em relação à importância da atividade física regular e da perda de peso”, afirma a ginecologista. Evite, porém, exercícios intensos perto da hora de ir para a cama, pois eles podem dificultar o início do sono.

Assim como existem múltiplas medidas para melhorar a qualidade do sono, também há vários fatores que podem comprometer sua qualidade. Se mesmo seguindo dicas como essas você ainda tiver dificuldade para dormir bem, não deixe de consultar um especialista, principalmente no período pós-menopausa, quando diversos fatores físicos e psicológicos podem surgir simultaneamente.

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Fonte:Drauzio Varella

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