Pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, conseguiram controlar a dor da fibromialgia em 90% dos pacientes.
O novo tratamento de combate à fibromialgia é chamado de fotossônico e realizado a partir de um equipamento pioneiro no mundo. O equipamento foi desenvolvido pela equipe que realiza a aplicação conjugada de ultrassom com laser terapêutico de baixa intensidade. O protocolo da terapêutica como o aparelho utilizado são considerados inéditos.
A fisioterapia tradicional é realizada nos locais da dor são chamados de pontos de gatilho ou tender point. Já no fotôssonico, é feito a aplicação na palma da mão, sendo de três minutos cada, duas vezes por semana. São necessárias dez sessões.
“O aparelho de ultrassom já é usado tradicionalmente na fisioterapia, em reabilitações. A propagação de ondas sonoras promove uma agitação e aquecimento nos tecidos biológicos, estimulando vasos sanguíneos, homogeneizando e melhorando a eficiência das ações metabólicas, enquanto o laser atua por meio da penetração da luz no nível bioquímico. Assim, desencadeia a liberação de endorfinas, inibindo a dor. Além disso, a emissão tem efeito regenerativo, como comprovado em diferentes casos de reabilitação, ou mesmo em cirurgias plásticas, na reposição de colágeno. A sobreposição dos dois métodos concilia os estímulos, gerando um resultado ampliado”, explica o professor Vanderlei Bagnato
A empresa Finep buscou o IFSC para financiar uma pesquisa acerca de bisturis ultrassônicos. Como o Brasil não tem tecnologia na área, é obrigado a importar, resultando o preço proibitivo das cirurgias laparoscópicas. Esse instrumento está em processo final e logo estará no mercado, mas o trabalho dos pesquisadores rendeu mais.
“O aprendizado desembocou no desenvolvimento de uma terapêutica para artrite e artrose, tanto em membros inferiores (principalmente joelho) como superiores (sobretudo mãos). Em um processo que já dura sete anos, mais de 500 pacientes já passaram por nós. O protocolo de ação teve muito sucesso, pessoas que não se locomoviam voltaram a ter um dia a dia independente. E, inspirados nisso, testamos o tratamento para a fibromialgia.”
Segundo o professor se trata de uma doença complexa, com um diagnóstico difícil, que ninguém consegue entender bem as causas. Os resultados foram novamente positivos, chegando entre 60% e 70% tiveram um alívio muito satisfatório em relação a dor.
Outra faixa reagiu em cerca de 50% ao tratamento , segundo os parâmetros de medição de incômodo. Isto é, conseguiu dormir mais facilmente e deixou de ter palpitação em certo lugar, mas ainda sente o quadro. E 10% não sentiram nenhum efeito. “São números expressivos, pois já tivemos muitos pacientes e a tendência é de melhora”, argumenta Bagnato.
Os aparelhos estão em fase final de aprovação pela Anvisa, depois disso as inovações chegaram de fato à sociedade. O professor salienta a importância do retorno dos profissionais, a partir do momento que têm essas ferramentas em mãos.
Só assim saberemos o real efeito da pesquisa para o País, até para fora, dando a contrapartida necessária para a ciência também avançar.
Via:Viva Bem
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