Por: Revista Saber Viver Mais
Uma ameaça no litoral do Nordeste está pondo em risco a vida de tartarugas, aves e o peixe-boi marinha, um dos mamíferos dos oceanos mais ameaçados de extinção no Brasil.
Uma mancha de óleo cru pode afetar digestão dos animais e o desenvolvimentos de algas que são essenciais para a cadeia alimentar dessas espécies, segundo especialistas.
Eles alertam ainda que existem possíveis riscos para a saúde humana também.
Já são nove municípios atingidos em 138 localidades com o vazamentos do óleo. “Sem dúvida é o maior desastre ambiental no litoral do Nordeste do Brasil”, afirmou Flávio Lima, coordenador geral do Projeto Cetáceos da Costa Branca da Universidade Estadual de Rio Grande do Norte (UERN).Flávio Lima e sua equipe estão envolvidos no atendimento de animais que foram contaminados pelo óleo.
A Petrobras fez análises em amostras do óleo e atribuiu a origem a Venezuela. Até o momento, em todo o Nordeste, 16 tartarugas-marinhas, espécie ameaçada de extinção, foram contaminadas pela substância.
O Projeto Tamar deixou de lançar 800 tartarugas no oceano por medo de contaminação. “A morte das tartarugas é apenas a parte mais imediata das consequências do vazamento”, avalia Flávio Lima.
Dos animais contaminados apenas dois seguem com vida. Uma tartaruga-marinha que está no Centro de Descontaminação de Fauna Oleada da UERN, em Mossoró, único local no Nordeste que tem uma estrutura completa para a recuperação dos animais resgatados com óleo. A outra aguarda estabilização do quadro para ser transferida para a unidade.
O material encontrado tem um odor forte característico e é denso, e se espalha em borrões pelas praias e areias.
Esse petróleo cru é perigoso e muito agressivo para a saúde humana e animal, por ter em sua composição complexa de componentes orgânicos e 70% de hidrocarbonetos.
Liana Mendes, pesquisadora da ONG Oceânica, ainda que o óleo tenha um tempo de vida relativamente curto no ambiente aquático, a fração derramada é altamente tóxica para os organismos. “Como efeito, ele pode afetar na digestão dos mamíferos, resultando em debilidade na ingestão de nutrientes, o que pode levar à morte”, explica Liana
“Outro desdobramento na cadeia ecossistêmica é que o óleo pode afetar o crescimento e produção de algas e algumas outras espécies que são fundamentais para a vida marítima”, complementa.
Liana também lembra que outra substância perigosa no petróleo cru é o benzeno, associado ao carcinogênico. Essa substância pode ocasionar a diminuição dos glóbulos brancos em humanos. “Com isso, as pessoas ficam susceptíveis a infecções”, afirma
O Instituto de Defesa do Meio Ambiente em Natal (Idema), juntamente com o projeto Tamar, elaboraram material educativo com os procedimentos que devem ser tomados em caso de contato com o óleo ou tiver conhecimento de um animal contaminado.
Tem que se evitar o contato com o óleo, mas caso aconteça, colocar no local gelo ou retirar com óleo de cozinha. Se a pessoa tiver uma reação alérgica, procurar com urgência atendimento médico.
Leonlene Aguiar, diretor-geral do Idema, diz que todos os municípios estão orientados de como fazer a coleta e limpeza urbana, de forma adequada, com pá, luvas e sem utilização de máquinas.
Com informações:UOL
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