Um novo tratamento para o câncer de mama metastático mostrou uma redução de 44% no risco de progressão ou morte em comparação com a terapia tradicional. O estudo foi apresentado nesta segunda-feira (2) na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), maior evento científico da área, realizado em Chicago, nos Estados Unidos.
A nova opção terapêutica pode beneficiar pacientes com o subtipo HER2-positivo, conhecido por ser mais agressivo e representar de 10% a 20% dos casos de câncer de mama. A descoberta envolve mais de 1.100 pacientes e pode estabelecer um novo padrão de tratamento de primeira linha, após mais de uma década sem grandes avanços nesse cenário.
O oncologista Romualdo Barroso, do Hospital Brasília e head de Pesquisa em Oncologia da Rede Américas, é o único brasileiro entre os autores do estudo internacional. Segundo ele, o novo protocolo pode proporcionar “respostas mais profundas e duradouras” para pacientes com a doença metastática, quando o câncer já se espalhou para outros órgãos.
“Estamos falando de uma mudança significativa no tratamento de um câncer agressivo. Isso pode ter um impacto direto na sobrevida das pacientes”, afirma Barroso.
O medicamento testado é o Enhertu (trastuzumab deruxtecana), desenvolvido pela AstraZeneca. Ele já está aprovado pela Anvisa para pacientes que já passaram por quimioterapia. Agora, o novo estudo indica que o uso do medicamento como primeira opção de tratamento também é seguro e eficaz.
A pesquisa comparou três grupos:
Após 29 meses de acompanhamento, o grupo que recebeu a terapia dupla com Enhertu apresentou melhor desempenho, com maior tempo de sobrevida sem progressão da doença.
O Enhertu é considerado uma terapia-alvo: trata-se de um anticorpo que carrega uma quimioterapia altamente potente, liberada apenas nas células tumorais que expressam a proteína HER2. Isso ajuda a reduzir os danos às células saudáveis.
“A vantagem é atingir com precisão a célula doente, o que reduz efeitos colaterais em comparação à quimioterapia tradicional”, explica Barroso.
Ainda assim, efeitos como náuseas, vômitos e constipação foram mais comuns no grupo que recebeu o novo medicamento. Um ponto de atenção é a doença pulmonar intersticial, observada em 12% dos pacientes, embora, na maioria dos casos, sem gravidade.
Para Sara Tolaney, autora principal do estudo, os resultados têm potencial para redefinir o tratamento da doença:
“Esse estudo pode estabelecer um novo padrão de cuidado para o câncer de mama HER2-positivo metastático, algo que não acontecia há mais de dez anos.”
O próximo passo é a avaliação das agências regulatórias internacionais e nacionais — como a Anvisa — para que o novo protocolo possa ser incorporado à prática clínica no Brasil. Segundo Barroso, a expectativa é que o Enhertu possa, em breve, chegar às pacientes como primeira linha de combate à doença.
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